segunda-feira, 18 de abril de 2011

Filme peruano com temática homossexual chegas aos cinemas.






Mais um filme com temática homossexual chega às telonas de São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte e Porto Alegre. Trata-se do esperado longa de estreia de Javier Fuentes-León:Contracorrente. O filme foi escolhido para concorrer ao prêmio de Melhor Filme Estrangeiro noOscar deste ano.

Uma pequena vila de pescadores, no litoral peruano, é o cenário para León contar a história deste peculiar triângulo amoroso. Mariela (Tatiana Astengo) está prestes a ter seu primeiro filho com Miguel (Cristian Mercado). O casal está completamente inserido na pequena comunidade pautada por tradições religiosas e pela importância de manter as aparências.

Assim como os demais moradores, demonstram incômodo com a constante e misteriosa presença do fotógrafo forasteiro Santiago (Manolo Cardona), que se mudou para a vila e passou a fotografar o cotidiano dos moradores, além de manter um secreto romance com o pescador Miguel.

Neste emaranhado de conceitos e pré-conceitos, o cineasta transita com sutileza por planos leves que mostram o cotidiano do vilarejo, com destaque para a fotografia que explora a natureza local.


Os conflitos em torno da aceitação da sexualidade, a influência da forte religiosidade e as barreiras da sociedade conservadora ganham cenas carregadas de dramaticidade e interpretações viscerais, que destacam o talento do jovem trio de protagonistas, sem deixar de lado uma dose de humor, que confere uma leveza ao denso roteiro.

Para o telespectador brasileiro será difícil não notar as referências a “Dona Flor e seus Dois Maridos, filme de Bruno Barreto baseado no romance de Jorge Amado, mesmo que as histórias sejam completamente diferentes. A teledramaturgia brasileira, mais especificamente a novela Direito de Amar, de 1987, é outra referência presente no longa. Não por acaso, o galã da época era Lauro Corona, cuja morte no final dos anos 80 em decorrência de complicações causadas pelo HIV, foi negada pelos familiares e mascarada pela mídia.

Além dos diversos prêmios em importantes festivais internacionais como o Sundance Film Festival e o Miami International Film Festival, em ambos premiado pelo público, o filme foi escolhido para abrir o 18º Festival Mix Brasil de Cinema da Diversidade Sexual, e levou o Coelho de Prata para Melhor Longa-Metragem, também por consagração popular.

“Tem sido uma alegria ver que o filme está sendo bem aceito pelo mundo e que também já agradou o público brasileiro. Raramente uma produção peruana tem o prazer de ser lançada no Brasil, e estou orgulhoso que isso seja possível no meu primeiro trabalho”, completa o diretor.

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